quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Indústria da música

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Indústria da Música (ou indústria musical) é um termo usado para descrever algumas empresas e organizações ligadas à música. Quando o termo "indústria da música" é usado com um sentido generalizado, pode se referir à empresas e organizações que gravam, produzem, publicam, distribuem e comercializam músicas gravadas em estúdios. Isto corresponde à Classificação Industrial Internacional Padrão (ISIC) que inclui gravação de músicas e publicação de músicas (J-59).

Quando o termo é usado mais aprofundadamente, pode se referir a um grupo de sub-indústrias que vêm de diferentes classificações industriais, incluindo Informação e Comunicação (que inclui atividades de gravação e produção de músicas), Atividades de Produção e Locução (exemplo: estações de rádio e canais musicais), Educação (exemplo: escolas de treinamento musical), Artes, Entretenimento e Recreação, e Manufaturação e vendas (exemplo: de instrumentos musicais). Nesse sentido mais amplo, o termo pode também se referir a ONGs como a União dos Músicos e Artistas, dos EUA.

Elementos

A indústria musical é composta de vários elementos, como:

História

Até 1700, o processo de composição e impressão de músicas era em grande parte apoiado por patronagem da aristocracia e Igreja. Do Meio para o fim do século XVIII, artistas e compositores como Wolfgang Amadeus Mozart começaram a procurar oportunidades de mercado para suas músicas e performances ao público geral. Após a morte de Mozart, sua mulher (a soprano Constanze Weber) continuou o processo de comercialização da música dele através de uma série sem precedentes de concertos memoráveis, vendendo seus manuscritos, e colaborando com seu segundo ario, Georg Nissen, em uma biografia de Mozart. [1]

Distribuição

Nos anos 80, a industria da música foi dominada por editores de músicas em folhas soltas. Nos Estados Unidos, a industria da música foi carregada em subida pela ascensão de blackface e Show de Menestréis. O grupo de editores de música e escritores que dominaram a música popular dos Estados Unidos foi conhecido como Tin Pan Alley. No começo do século XX a indústria fonográfica cresceu muito em importância, e a indústria de gravação eventualmente tomou o lugar de editores de música em folha enquanto ganhava força.

Assim como o rádio e a televisão haviam feito, o advento de tecnologias de transferência de arquivos mudaram o balanço entre companhias de gravação, escritores de música e artistas. Bandas como Metallica foram contra programas P2P, como o infame Napster, e os argumentos contra a tecnologia—gerenciamento de direito digital - continua controvérso.

Com o re-lançamento do Napster como um site legalmente licensiado de downloads em 2003 (nos EUA), e o advento dos computadores Apple, o iTunes no mesmo ano, as grandes companhias de gravação começaram a abraçar o download digital como o futuro da indústria da.

Tanto o napster quanto o iTunes, com o suporte das grandes, estão promovendo um serviço de assinatura de música digital. Isto pode levar a uma mudança fundamental no jeito em que as músicas são consumidas, como um utilitário que "viaja" a cada da pessoa ao invés da comodidade de comprar uma a uma. A música poderá também ser comprada "como água" (Leonhard, 2004), em que pessoas pagarão por um consumo mensal de músicas, e a indústria finalmente se tornará liderada por consumidores ao invés de liderada pela indústria.

Organizações da indústria musical

terça-feira, 23 de junho de 2009

Jazz

O jazz é uma manifestação artístico-musical originária dos Estados Unidos da América. Tal manifestação teria surgido por volta do início do século XX na região estadunidense de Nova Orleans e em suas proximidades, tendo na cultura popular e na criatividade das comunidades negras que ali viviam um de seus espaços de desenvolvimento mais importantes.

O Jazz se desenvolveu com a mistura de várias tradições musicais, em particular a afro-americana. Esta nova forma de se fazer música incorporava blue notes, chamada e resposta, forma sincopada, polirritmia, improvisação e notas com swing do ragtime. Os instrumentos musicais básicos para o Jazz são aqueles usados em bandas marciais e bandas de dança: metais, palhetas e baterias. No entanto, o Jazz, em suas várias formas, aceita praticamente todo tipo de instrumento.

As origens da palavra Jazz são incertas. A palavra tem suas raízes na gíria norte-americana e várias derivações têm sugerido tal fato. O Jazz não foi aplicado como música até por volta de 1915. Earl Hines, nascido em 1903 e mais tarde se tornou celebrado músico de jazz, costumava dizer que estava "tocando o piano antes mesmo da palavra "jazz" ser inventada".

Desde o começo do seu desenvolvimento, no início do século XX, o Jazz produziu uma grande variedade de subgêneros, como o Dixieland da década de 1910, o Swing das Big bands das décadas 1930 e 1940, o Bebop de meados da década de 1940, o Jazz latino das décadas 1950 e 60, e o Fusion das décadas de 1970 e 1980. Devido à sua divulgação mundial, o Jazz se adaptou a muitos estilos musicais locais, obtendo assim uma grande variedade melódica, harmônica e rítmica.

Conceituação

Como o termo "jazz" tem desde longa data sido usado para uma grande variedade de estilos, uma definição abrangente que incluísse todas as variações é difícil de ser encontrada. Enquanto alguns entusiastas de certos tipos de jazz tem colocado definições menos amplas, que excluem outros tipos, que também são comumente descritas como "jazz", os próprios jazzistas são muitas vezes relutantes quanto a definição da música que são executadas. Duke Ellington dizia, "é tudo música." Alguns críticos tem dito que a música de Ellington não era de fato jazz, como a sua própria definição, segundo esses críticos, o jazz não pode ser orquestrado.

Por outro lado, os 20 solos de Earl Hines "versões modificadas" das composições de Duke Ellington (em Earl Hines Plays Duke Ellington gravado por volta dos anos 70) foi descrito por Ben Ratliff, crítico do New York Times, como "um exemplo tão bom do processo de jazz quanto qualquer outra coisa que temos."[1]
Há bastante tempo existem debates na comunidade do jazz sobre a definição e as fronteiras do "jazz". Em meados da década de 1930, amantes do jazz de Nova Orleans criticaram as "inovações" da era do swing como contrárias a improvisação coletiva, eles pensavam nisso como essencial para a natureza do "verdadeiro" jazz.

Pelos anos 40, 50 e 60, eram ouvidas criticas dos entusiastas do jazz tradicional e dos fãs do Bop, na maioria das vezes dizendo que o outro estilo não era, de alguma forma, o jazz "autêntico". Entretanto, a alteração ou transformação do jazz por novas influências tem sido desde o princípio criticada como "degradação", Andrew Gilbert diz que o jazz tem a "habilidade de absorver e transformar influências" dos mais diversos estilos de música.

As formas de música tendo como objetivo comercial ou com influência da música "popular" tem sido ambas criticadas, ao menos quando ocorre o surgimento do Bop. Fãs do jazz tradicional rejeitaram o Bop, o jazz fusion da era dos anos 70, é definido por eles como um período de degradação comercial da música. Todavia, de acordo com Bruce Johnson, jazz sempre teve uma "tensão entre jazz como música comercial e uma forma musical". Gilbert nota que como a noção de um cânone de jazz está se desenvolvendo, as "conquistas do passado" podem se tornar "...privilegiadas sob a criatividade particular..." e a inovação dos artistas atuais. O crítico de jazz da Village Voice Gary Giddins diz que assim que a disseminação e a criação do jazz está se tornando cada vez instituciomalizada e dominada por firmas de entretenimento maiores, o jazz está lidando com "...um perigoso futuro de aceitação de respeitabilidade e desinteresse." David Ake adverte que a criação de "normas" no jazz e o estabelecimento de um "jazz tradicional" pode excluir ou deixar de lado outras mais novas, formas de jazz avant-garde.

Uma maneira de resolver os problemas de definição é expor o termo "jazz" de uma forma mais abrangente. De acordo com Kin Gabbard "jazz é um conceito" ou categoria que, enquanto artificial, ainda é útil ser designada como: "um número de músicas com elementos suficientes em parte comum de uma tradição coerente". Travis Jackson também define o jazz de uma forma mais ampla, afirmando que é uma música que incluí atributos tais como: "swinging, improvisação, interação em grupo, desenvolvimento de uma "voz individual", e estar "aberto" a diferentes possibilidades musicais".

Jazz no Brasil

Apesar do Brasil não ter explicitamente músicos de jazz,possuimos seguidores do estilo Jazz sendo adaptado a nossa Brasilidade, a música instrumental brasileira pode ser rotulado como o “jazz do Brasil”. O Jazz no Brasil sofre uma adaptação e improvisação que levam os nossos ritmos - samba, bossa nova, mpb, choro, xaxado, maracatu, baião e tantos outros - para o mundo todo.


Músicos de Jazz no Brasil

Ao se falar em Jazz no Brasil lembra-se do Trompetista , Saxofonista , Contra baixo e Piano sendo um quarteto incorporado pela cultura Nacional. No cenario musical podemos citar nomes de grandes Saxofonistas e Trompetistas no Brasil.

Saxofonistas :

  • Carlos Malta
  • Teco Cardoso
  • Fratoni Sax
  • Mané Silveira
  • Zé Nogueira
  • Zé Canuto
  • Spock
  • Ademir Jr.
  • Idriss Boudrioua
  • Leo Gandelmam
  • Dilson Florêncio

Trompetistas:

Ao falar em Jazz no Brasil é possivel diversificar o foco do estilo Jazz adaptando a nossa cultura e grande criatividade de nossos musicos Brasileiros.

Improvisação


Enquanto o jazz pode ser de difícil definição, improvisação é claramente um dos elementos essenciais. O blues mais antigo era habitualmente estruturado sob o repetitivo padrão pergunta e resposta, elemento comum em músicas tradicionais. Uma forma de música tradicional que aumentou em parte devido as canções de trabalho e field hollers. No blues mais antigo a improvisação era usada com bastante propriedade.

Essas características são fundamentais para a natureza do jazz. Enquanto na música clássica européia elementos de interpretação, ornamento e acompanhamento são, às vezes, deixados a critério do intérprete, o objetivo elementar do intérprete é executar a composição como está escrita. No jazz, entretanto, o músico irá interpretar a música de forma peculiar, nunca executando a mesma composição exatamente da mesma forma mais de uma vez.

Dependendo do humor e da experiência pessoal do intérprete, interações com músicos companheiros, ou mesmo membros do público, um intérprete/músico de jazz pode alterar melodias, harmonias ou fórmulas de compasso da maneira que achar melhor. No Dixieland Jazz, os músicos revezavam tocando a melodia, enquanto outros improvisavam contra melodias. A música clássica da Europa tem sido conhecida como um meio para o compositor. Jazz ,contudo ,é muitas vezes caracterizado como um produto de criatividade democrática, interação e colaboração, colocando valor igual na contribuição do compositor e do intérprete.

Na era do swing, big bands passaram a ser mais baseadas em arranjos musicais - os arranjos foram tanto escritos como aprendidos de ouvido e memorizados (muitos músicos de jazz não liam partituras). Solistas improvisavam dentro desses arranjos. Mais tarde no bebop, o foco mudou para os grupos menores e arranjos mínimos; a melodia (conhecida como "head") era indicada brevemente no início e ao término da música, e o âmago da performance era uma série de improvisações no meio.

Estilos de jazz que vieram posteriormente, tais como o jazz modal, abandonando a noção estrita de progressão harmônica, permitindo aos músicos improviso com ainda mais liberdade, dentro de um contexto de uma dada escala ou modo (ex.: "So What" no álbum do Miles Davis, Kind of Blue).

As linguagens avant-garde jazz e o free-jazz permitem, e exigem, o abandono de acordes, escalas, e métrica rítmica, o grupo Das erste Wiener Gemüseorchester é um exemplo de free-jazz. Quando um pianista, violonista ou outro instrumentista com instrumentos harmônicos, improvisam um acompanhamento enquanto um solista está tocando, isso é chamado de comping (contração da palavra "accompanying"). "Vamping" é um modo de comping que é normalmente restrito a poucos acordes repetitivos ou compassos, como oposição ao comping na estrutura do acorde ao longo da composição. O Vamping também é usado como uma maneira simples de estender o começo ou fim de uma música ou continuar uma segue.

Em algumas composições modernas de jazz, onde os acordes fundamentais da composição são complexos ou de mudança rápida, o compositor ou o intérprete podem criar uma série de "blowing changes", que é uma série de acordes simplificada, melhor aplicada em comping e no improviso solo.

História

Origens

Por volta de 1808 o tráfico de escravos no Atlântico trouxe aproximadamente meio milhão de africanos aos Estados Unidos, em grande quantidade para os estados do sul. Grande parte dos escravos vieram do oeste da África e trouxeram fortes tradições da música tribal.[4] Em 1774 um visitante os descreveu, dançando ao som do banjo de 4 cordas e cantando "a música maluca", satirizando a maneira com que eram tratados. Uma década mais tarde Thomas Jefferson similarmente notou "o banjar, que foi trazido da distante África". Foi feita de cabaça, como a bânia senegalesa ou como a akonting do Oeste da África. Festas de abundância com danças africanas, ao som de tambores, eram organizadas aos domingos em Place Congo Nova Orleães, até 1843, sendo como uma festa similar em Nova Orleães e Nova Iorque.

Escravos da mesma tribo eram separados para evitar a formação da revolta. E, pela mesma razão, em Georgia e Mississippi não era permitido aos escravos a utilização de tambores ou instrumentos de sopro que fossem muito sonoros, pois poderiam ser usados no envio de mensagens codificadas. Entretanto, muitos fizeram seus próprios instrumentos com materiais disponíveis, e a maioria dos chefes das plantações incentivaram o canto para que fosse mantida a confiança do grupo. A música africana foi altamente funcional, tanto para o trabalho quanto para os ritos.

As work songs e field hollers incorporaram um estilo que poderia ser ainda encontrado em penitenciárias dos anos 60, e em um caso eram parecidas com uma canção nativa ainda utilizada em Senegal. No porto de Nova Orleães, estivadores negros ficaram famosos pelas suas canções de trabalho. Essas canções mostravam complexidade rítmica com características de polirrítmica do jazz. Na tradição africana eles tinham uma linha melódica e com o padrão pergunta e resposta, contudo, sem o conceito de harmonia do Ocidente. O ritmo refletido no padrão africano da fala e o sistema tonal africano levaram às blue notes do jazz.

No começo do século XIX, um número crescente de músicos negros aprendiam a tocar instrumentos do ocidente, particularmente o violino, provendo entretenimento para os chefes das plantações e aumentando o valor de venda daqueles que ainda eram escravos. Conforme aprendiam a música de dança europeia, eles parodiavam as músicas nas suas próprias danças cakewalk. Por sua vez, apresentadores dos minstrel show, euro-americanos com blackface, estilo de maquiagem usado para sátira, popularizavam tal música internacional, a qual era combinação de síncopas com acompanhamento harmônico europeu. Louis Moreau Gottschalk adaptou música latina e melodia de escravos para músicas de piano de salão, com músicas tais como Bamboula, danse de nègres de 1849, Fantaisie grotesque de 1855 e Le Banjo, enquanto sua música polka Pasquinade, em torno do ano 1860, antecipou ragtime e foi orquestrado como parte do repertório de concerto da banda de John Philip Sousa, fundada em 1892.

Outra influência veio dos negros que freqüentavam as igrejas. Eles aprenderam o estilo harmônico dos hinos e os adaptavam em spirituals. As origens do blues não estão registradas em documentos, entretanto, elas podem ser vistas como contemporâneas dos Negro Spirituals. Paul Oliver chamou a atenção à similaridade dos instrumentos, música e função social dos griots da savana do oeste africano, sob influência Islâmica. Ele notou estudos mostrando a complexidade rítmica da orquestra de tambores da costa da floresta temperada, que sobreviveram relativamente intacta no Haiti e outras partes do oeste das Índias mas não era farta nos Estados Unidos. Ele sugeriu que a música de cordas do interior sudanês se adaptou melhor com a música popular e baladas narrativas, dos ingleses e dos donos de escravos scots-irish e influenciaram tanto o jazz como o blues.

Décadas de 1890-1910

Ragtime

Nessa época, salões para baile público e tea rooms foram abertos nas cidades. A música popular de bailes na época eram em estilos blues-ragtime. A música era vibrante, entusiástica e, quase sempre, improvisada. A música Ragtime daquele tempo era em formato de marchas, valsas e outras formas tradicionais de músicas, porém, a característica consistente era a sincopação. Notas e ritmos sincopados se tornaram tão populares com o público que os editores de partituras incluíram a palavra "sincopado" em seus anúncios. Em 1899, um pianista jovem e treinado, de Missouri, Scott Joplin, publicou o primeiro de muitas composições de Ragtime que viriam a ser música de gosto popular. As apresentações do líder de banda Buddy Bolden em Nova Orleãs, desfiles e danças são um exemplo de estilo de improviso do jazz. O rápido crescimento do público que apreciava a música no pós-guerra produziu mais músicos treinados que fossem formais. Por exemplo, Lorenzo Tio, Scott Joplin e muitas outras importantes figuras, no período inicial do jazz tiveram como base os paradigmas da música clássica.

A abolição da escravidão levou a novas oportunidades para a educação dos afro-americanos que eram livres, mas a segregação racial ainda limitava muito o acesso ao mercado de trabalho. Havia exceções: ser professor, pregador ou músico; e muitos obtinham educação musical. Euro-americanos costumavam ver os músicos negros como provedores de entretenimento de "classe-inferior" nas danças e nos minstrel shows, e mais tarde o vaudeville. Várias bandas marciais foram formadas, aproveitando a disponibilidade dos instrumentos usados nas bandas do exército. Um pianista negro não podia ser aceito em salas de concertos, mas poderia ser encontrado tocando na igreja ou tinham oportunidades de trabalho em bares, clubes e bordéis de zonas de meretrício, sendo que, aqueles que liam partitura eram chamados de "professores" enquanto os outros eram tocadores(ticklers)" que tocavam marfim. Antonin Dvorák escreveu um artigo controverso, publicado em fevereiro de 1898 no Harper's New Montly Magazine, aconselhando os compositores americanos a basearem a sua música nas melodias dos negros.

As danças são normalmente inspiradas pelos movimentos de dança africanos, e foram adotadas por um público de pessoas brancas que viram as danças em vaudeville shows. O cake walk, desenvolvido por escravos como uma cópia satirizada dos bailes formais, se tornou popular. Os Cakewalks, as canções de negros e a música de Jig Bands se desenvolveram em Ragtime, em 1895. Posteriormente, Tin Pan Alley, Irving Berlin começaram a incorporar o ragtime em suas composições.

O Ragtime, gradualmente, se desenvolveu como música de improviso, com fontes incluindo o cakewalk, as marchas de Sousa e as peças para piano de salão, tais como as variações de Gottschalk, baseados na América Latina e nas melodias dos escravos. Apareceram registradas como partitura, através do animador Ernest Hogan, canções duvidamente ditas como canções de sucesso em 1895, e 2 anos mais tarde Vess Ossman gravou um medley dessas músicas no banjo solo: "Rag Time Medley".

Também em 1897, o compositor William H. Krell publicou seu "Mississippi Rag", como a primeira peça de rag escrita para piano. Scott Joplin, pianista instruído na forma clássica, produziu seu "Original Rags" no ano seguinte, então em 1899 o "Maple leaf Rag" foi um sucesso internacional. Ele compôs vários rags populares, combinando sincopação, figurações do banjo e, às vezes call-and-response, entretanto, suas tentativas no ragtime na ópera e no balé foram sem sucesso. Porém, a banda de Philip Sousa tocou ragtime em suas jornada pela Europa, de 1900 até 1905, e a linguagem ragtime foi continuada por compositores clássicos, incluindo Claude Debussy e Igor Stravinsky.

O suave sincopado de Irving Berlin, Tin Pan Alley marcha "Alexander's Ragtime Band" foi um hit em 1911.

A música blues foi publicada e popularizada porW. C. Handy, no qual "Memphis Blues" de 1912 e "St. Louis Blues" de 1914, se tornaram jazz standards.

Nova Orleans

Nova Orleãs tinha se tornado uma mistura de raças. Os franco-criolos aproveitavam muitas das oportunidades dos brancos, e grupos de negros participavam em músicas clássicas e em óperas da cidade. Entretanto, a lei de segregação, que entrou em vigor no ano de 1894, classificou a população Afro-Criola como "negra", colocando as duas comunidades em uma só definição. Desde 1857, existia prostituição legalizada na área conhecida como "The Tenderloin", e em 1897 essa zona de meretrício, próximo a Basin Street, ficou conhecida como "Storyville", lendário provedor de emprego para os talentos do jazz que surgia.

Na época, diversas bandas marciais, tais como a Onward Brass Band (fundada por volta de 1880), encontraram serviço em diversas situações, particularmente em funerais luxuosos. Neles, se tocava música solene no caminho do cemitério, e posteriormente no caminho de volta eram executadas versões de músicas como a Marcha Fúnebre em estilo ragtime.

A partir do ano de 1890, o trompetista Buddy Bolden liderou uma banda que fazia apresentações em Storyville, incorporando dança Afro-criola, música com elementos de blues e adicionando swing ao ritmo, trazendo inspiração a futuros músicos de jazz. Sua carreira acabou abruptamente em 1907, antes que ele gravasse, até então não se sabe ao certo o seu estilo. Suas apresentações nos desfiles e danças de Nova Orleãs parecem ter sido exemplos iniciais do improviso no jazz.

O inovador pianista afro-criolo Jelly Roll Morton começou sua carreira em Storyville, e mais tarde disse ter usado o termo jazz em 1902 quando demonstrou a diferença entre ragtime como um tipo de sincopação, adequada somente para algumas canções, e jazz como "um estilo que pode ser aplicado a qualquer tipo se canção", inclusive clássicos populares, tais como as árias de Verdi. De 1904, ele fez tours com shows vaudevile, em torno das cidades do sul, também tocando em Chicago e Nova Iorque.

O "Jelly Roll Blues", composta por Jelly Morton em 1905 e publicada em 1915, foi o primeiro arranjo de jazz impresso. Isso permitiu que mais músicos fossem apresentados ao estilo de Nova Orleãs. Bolden influenciou Freddie Keppard, o qual iniciou tocando por volta de 1906. Rapidamente obteve sucesso. Aproximadamente em 1917, Keppard se juntou à Bill Johnson's Original Creole Orchestra, que fazia performances em Los Angeles, California, meses antes de fazer tours em várias cidades com o vaudeville, introduzindo o estilo nas áreas do norte.

No mesmo ano a liderança estava com Joe "King" Oliver, que possuía um estilo mais relativo ao blues. Oliver tocava com o trombonista Kid Ory, e ensinava o jovem fã de Bolden Louis Armstrong. Enquanto a maioria das bandas eram Afro-Criolas ou negras, Papa Jack Laine era talvez o primeiro músico de jazz que não era negro. Sua banda, Reliance Brass Band, começou em 1888 e continuou com várias etnias apesar das leis de segregação.

Décadas de 1920-1930

A proibição da venda de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos, que vigorou de 1920 a 1933, resultou na criação dos speakeasies, locais onde a bebida era vendida ilegalmente. Esses estabelecimentos acabaram sendo grandes difusores do Jazz, que, por isso, ganhou a reputação de ser um estilo musical imoral.

Nesse período, em 1922, a Original Creole Jazz Band se tornou a primeira banda de Jazz de músicos negros de Nova Orléans a fazer gravações.[5][6] No entanto, era Chicago o novo centro do desenvolvimento do Dixieland, porque lá se juntaram King Oliver e Bill Jonhson. Naquele ano Bessie Smith, famosa cantora de blues, também gravou pela primeira vez.

Bix Beiderbecke formou o grupo "The Wolverines" em 1924. No mesmo ano Louis Armstrong se tornou solista da banda de Fletcher Henderson por um ano e depois formou o seu próprio grupo, o Hot Five. Jelly Roll Morton gravou com os New Orleans Rhythm Kings, e em 1926 formou os Red Hot Peppers. Na época havia um grande mercado para a música dançante influenciada pelo Jazz tocada por orquestras de músicos brancos, como a de Jean GoldKette e a de Paul Whiteman. Em 1924 Whiteman pediu ao compositor George Gershwin que ele criasse um concerto que misturasse características de Jazz com a música clássica, o que resultou na famosa Rhapsody in Blue, que foi executada na première o concerto An Experiment in Modern Music, regido por Whiteman.

Grandes nomes do Jazz


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


terça-feira, 2 de junho de 2009

Respiração Circular

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Respiração circular é uma técnica utilizada na música que consiste em simular uma respiração constante, reinspirando o ar expelido durante a expiração. Ela é empregada com instrumentos de sopro, especialmente o australiano didgeridoo, para fazer prolongar a nota emitida ou para permitir uma execução contínua, sem a necessidade de pausas estratégicas para respirar. Essa técnica vem sendo aplamente difundida devido ao fato de que, com ela, pode-se executar uma [nota] longa que se estenda por vários compassos ou até mesmo executar musicas em que não há pausas para se respirar como O moto perpétuo de Paganini. Além disso, é muito útil na execução de uma frase musical longa na qual o músico tem uma queda de fôlego antes de chegar a seu final.

Método
A técnica envolve a capacidade de tornar independentes os processos de respiração pelo nariz e de assopro pela boca. Na verdade, consiste em armazenar o restante de ar da respiração anterior nas bochechas. Enquanto se expira o ar das bochechas, aspira-se pelo nariz o ar da nova respiração, continuando-se então, a emitir o som. Ao final do ar aspirado, armazena-se o final do ar nas bochechas novamente e, enquanto expira-se o ar armazenado, aspira-se novamente pelas narinas. A técnica não deve ser aplicada durante muito tempo, pois pode ser prejudicial para a oxigenação do cérebro.A principal habilidade que é necessária para a aplicação dessa técnica é o domínio independente dos movimentos do diafragma do pulmão e da boca. Para a perfeita execução da técnica, é necessário que o músico consiga respirar pela boca, utilizando o ar que ali está armazenado, enquanto inspira pelo nariz sem que um interfira no outro.

Utilização na meditação
Além ser muito útil ao se tocar instrumentos de sopro, um ambiente místico envolve a técnica desde suas origens. Criada em músicas do folclore, a técnica também é utilizada em ritos de meditação, em que recebe, também, o nome de renascimento. A finalidade desse tipo de respiração é criar uma estabilidade tanto física quanto mental na pessoa que medita. Por esse motivo, a técnica tem sido adotada por músicos que não tocam instrumentos de sopro, com a finalidade de tornar sua execução mais simétrica quanto ao andamento e ao ritmo.

Instrumentos cuja técnica utiliza respiração circular

A técnica da respiração circular era ou é utilizada na execução de diversos instrumentos étnicos:

Músicos conhecidos por utilizarem a respiração circular

Alguns músicos que não tocam os instrumentos mencionados acima são conhecidos por utilizarem a respiração circular:

Um dos músicos mais famosos a utilizar a respiração circular é o saxofonista Kenny G. Seu recorde consistia em manter a mesma nota, sem respirar, durante 45 minutos. Porém, este recorde foi quebrado por um brasileiro, Hilquias Alves, também saxofonista. Hilquias manteve a mesma nota por 60 minutos.

Ligações externas

Respiração Circular: 1° parte

Angelino Bozzini

Publicado na Revista Weril n.º 127

"Como tocar seu instrumento de sopro sem interromper a emissão de uma nota para inspirar?"

Os instrumentistas de sopro têm uma limitação física não compartilhada por outros instrumentos: como o som é produzido naqueles a partir do movimento da coluna de ar, esse som precisa ser interrompido sempre que o músico necessita inspirar.

Na música folclórica de algumas culturas, desenvolveu-se uma técnica chamada de "respiração circular"(ou "permanente", ou ainda "contínua"), pela qual o músico consegue expirar pela boca enquanto inspira pelo nariz, podendo dessa forma tocar uma nota ininterruptamente.

Veremos nesta matéria como funciona essa técnica, como empregá-la musicalmente, e os prós e os contras de sua utilização.

Como funciona a Respiração Circular

O princípio dessa técnica é bem simples: você deve, no momento da inspiração, expirar com o ar previamente armazenado na sua boca. Assim que terminar a inspiração continua a expirar com o ar armazenado nos pulmões. Simples, não é? Experimente você mesmo.

Pois é, andar de bicicleta também é bem simples: basta pedalar para frente movendo sempre o eixo de equilíbrio para o lado oposto do pé que está pedalando. Só que leva um tempo para aprender. Assim, não desanime, se você aprendeu a andar de bicicleta, com certeza aprenderá a fazer a respiração circular.

Como aprender a técnica de assoprar "infinitamente"

Pois bem, vamos à prática. Da mesma forma que não existe uma fórmula única ou comprovadamente eficiente para se aprender a andar de bicicleta, também para a respiração circular essa fórmula não existe. Para dominar essa técnica, seu corpo dave aprender a se conhecer melhor, ou seja, precisa desenvolver sua própria acepção do sistema respiratório, especialmente do trecho entre a garganta e a boca.

Exercícios Práticos

Vamos separar a parte prática em etapas distintas:

- Tornar a musculatura da boca independente do processo de respiração

  1. Relaxe e respire tranqüilamente pelo nariz.
  2. Num ciclo completo de respiração e expiração, mantendo a boca sempre fechada, encoste a arcada dentária superior na inferior (menor área interna na boca); no próximo ciclo, afaste o máximo que puder os dentes superiores e inferiores (maior área interna na boca) sempre mantendo a boca fechada pelos lábios.
  3. Continue a respirar pelo nariz fazendo um ciclo com a boca totalmente fechada e o próximo com a boca aberta (afastando os lábios). Você deverá notar que, para poder respirar pelo nariz de boca aberta, o fundo da sua língua estará fechando a passagem de ar para a boca.
  4. Respire continuamente pelo nariz, mastigando algo. Note que o movimento da mandíbula não deve interromper ou influir no ciclo respiratório.

- Fortalecer a musculatura de bochecha

  1. Encha a boca de ar expandindo as bochechas.
  2. Mantendo uma abertura central bem pequena entre os lábios e vá empurrando o ar que está armazenado na boca para fora, utilizando conscientemente a musculatura das bochechas. Não tenha pressa; concentre-se no trabalho dos músculos.
  3. Prenda um clips de papel em um canudinho de refresco para diminuir a passagem do ar (pode-se utilizar também aqueles tubos empregados nos hospitais para administração de soro; eles possuem um regulador de saída acoplado).
  4. Encha a boca de ar e, utilizando-se da musculatura da bochecha, faça bolhas em um copo com água.
  5. Repita o exercício anterior, ajudando o trabalho das bochechas com o movimento de fechamento da mandíbula.

- Respirar enquanto a musculatura da boca trabalha

  1. Respire normalmente pelo nariz, mantendo a boca fechada.
  2. Enquanto respira, encha a boca de ar, estufando as bochechas e abaixando a mandíbula. Expulse lentamente o ar da boca através de uma pequena abertura entre os lábios.
  3. Repita o mesmo processo soprando em um canudinho em um copo d'água. O mais importante nesta etapa é cuidar para que o ato de assoprar não interfira de forma alguma com o ritmo da respiração.
  4. Repita este procedimento quantas vezes forem necessárias para que seu corpo torne as duas ações - assoprar com a boca e respirar - independentes.
  5. Encha a boca de ar. Esvazie-a ao mesmo tempo em que inspira (você já experimentou mover um braço no sentido horário e o outro no sentido anti-horário? Ou bater no peito enquanto faz um movimento circular sobre a cabeça? Ou ainda reger um compasso binário com um braço e um ternário como o outro? Se você conseguir fazer alguma dessas coisas, estará utilizando o mesmo tipo de coordenação necessária para assoprar o ar contido na boca enquanto inspira pelo nariz).
  6. Tente agora controlar a saída do ar contido na boca para que ela dure exatamente:
    - um ciclo respiratório;
    - dois ciclos respiratórios;
    - três ciclos respiratórios
  7. Repita o exercício anterior assoprando em um canudinho num copo com água.
  8. Lembre-se: o importante é que o processo respiratório não interfira no trabalho da musculatura bucal!

Encadear a seqüência

  1. Repita os exercícios números 4 e 5 da etapa anterior, enchendo rapidamente a boca com ar tão logo ela esteja vazia.
  2. Trabalhe para que essa operação não atrapalhe o ritmo natural de sua respiração através do nariz.
  3. Você está quase chegando lá! Vá repetindo essa seqüência de forma ao mesmo tempo precisa e relaxada. Em pouco tempo, quando menos imaginar, você estará respirando "circularmente".

A seqüência ocorre internamente desta forma:


Respiração Circular: 2° parte

Angelino Bozzini

Publicado na Revista Weril n.º 128

Chegando ao instrumento

Assim que você tiver dominado a técnica da respiração circular, o próximo passo será aplica-la à execução de seu instrumento:

- Comece repetindo os cinco exercícios anteriores, demonstrados na última edição da Revista Weril. Dessa vez, realize-os expirando o ar contido na boca através do bocal (boquilha, embocadura ou palheta do seu instrumento). No início, não é necessário que você emita um som; o importante é cuidar para que a respiração pelo nariz continue de forma relaxada e contínua.
- Assim que o processo estiver automatizado, tente produzir um som no bocal. Nesse momento, tudo fica mais difícil, mas não desanime. Escolha a nota ou região que for mais fácil para você e não se preocupe, ainda, com a qualidade do som produzido.
- Com um pouco de prática, você conseguirá emitir um som regular através do bocal do seu instrumento. A partir daí, comece a variar a altura de maneira controlada.
- Alterne exercícios onde você emprega a respiração circular em notas longas com exercícios onde você a emprega no meio de uma seqüência de notas de alturas diferentes.

Cuide agora da qualidade do som produzido.

- Assim que você estiver controlando satisfatoriamente o uso da respiração circular durante a emissão pelo bocal, pode começar a praticá-la em seu instrumento:
- A princípio, pratique-a com notas longas em piano na região média do instrumento.
- Num segundo momento, pratique-a em estudos de escalas.
- Pouco a pouco, comece a variar a dinâmica. (Quanto mais forte, mais difícil de manter a nota estável durante a respiração circular).

Assim que você estiver controlando com segurança o emprego da respiração circular nos exercícios, comece a aplicá-la em peças musicais. Trabalhe primeiramente com movimentos lentos de concertos ou sonatas escritas para seu instrumento. O importante aqui é adquirir a consciência sobre onde e quando utilizar a respiração circular. Em seguida, aplique-a em peças transcritas de instrumentos de corda ou teclado, como o "Moto Perpétuo" de Paganini ou o "Vôo do Besouro" de Korsakov.

Vale a pena lembrarmos que, para que a respiração circular tenha sucesso, é essencial que você esteja com suas narinas desobstruídas; caso contrário, você não conseguirá inspirar uma quantidade suficiente de ar, ou, se conseguir, fará tanto ruído que ela lhe será de pouca valia na sua prática musical.

A aplicação musical da respiração circular

Uma vez dominada a técnica, a tarefa mais importante é saber onde aplicá-la na sua prática musical.

- Em primeiro lugar, lembre-se que tocar não é um espetáculo circense; não seja exibido para os colegas que ainda não dominam essa técnica.
- Em segundo lugar, utilize-a só quando sua aplicação trouxer benefícios expressivos na sua interpretação, que você não obteria de uma maneira normal.
- Por último, tenha certeza de que você não depende da respiração circular para fazer o que tem a fazer. Se estiver com seu nariz entupido, não poderá empregá-la, e tudo o que você planejou dependendo dela poderá se tornar num fracasso.

Os prós: O "gás" que faltava para as frases longas

A partir do momento em que a respiração circular fizer parte do rol de suas habilidades técnicas, um mundo novo de possibilidades se descortinará à sua prática musical. Basicamente, podemos citar três aplicações importantes para os seus novos conhecimentos:

Frases longas: Em frases musicais muito extensas, nas quais você chegaria ao fim com uma queda da qualidade sonora por não ter ar suficiente para controlar a emissão, ou mesmo teria que interrompê-la num lugar agogicamente inadequado para poder respirar, a respiração circular permitirá que a frase seja executada do princípio ao fim com qualidade sonora e sem ser interrompida. Isso é importante, principalmente nos movimentos lentos.

Notas sustentadas por vários compassos: É comum partes orquestrais de instrumentos de sopro conterem notas longas que devem ser mantidas por vários compassos. Quando uma parte está sendo tocada por mais de um músico ao mesmo tempo, eles podem combinar para respirarem em lugares alternados, dando assim, para os ouvintes, a sensação de que a nota não foi interrompida. Se o músico, porém, está apenas na execução de sua parte, só poderá dar essa mesma impressão ao ouvinte se respirar muito rapidamente em algum momento em que o restante da orquestra esteja tocando algum acorde forte. Já com o emprego da respiração circular, ele poderá tocar uma nota longa, independentemente de sua duração, de forma natural e musicalmente adequada.

Transcrições de peças de outros instrumentos onde não há pausas para se respirar: Um clássico exemplo desse problema acontece na peça "O Moto Perpétuo", de Paganini. Escrita originalmente para violino, foi transcrita para quase todos os instrumentos. Por ser num andamento muito rápido e não prever pausas para respiração, qualquer tentativa de respiração normal no meio da música adulteraria a concepção original do fraseado. Utilizando-se a respiração circular, pode-se executar inteiramente a peça, sem que seja necessário interromper-se a emissão sonora.

Os contras: Afinal, você é um homem ou uma máquina?

Se você conseguir dominar a técnica da respiração circular, verá que muitas coisas ficarão mais fáceis na sua vida de instrumentista. Mas, nem tudo são flores nas conquistas! No início, falamos que a incapacidade de manter um som ininterruptamente seria uma limitação física imposta aos instrumentistas de sopro, não compartilhada pelos seus colegas de outros instrumentos. Pois é exatamente essa limitação que proporciona aos instrumentistas de sopro o que talvez seja a sua maior vantagem em relação aos seus colegas: o fraseado natural, advindo da respiração.

Os professores dos instrumentos de corda ou teclado passam anos de suas vidas e gastam grande parte de sua sabedoria e energias tentando transmitir aos seus alunos uma forma "natural" e "humana" de executar as frases musicais. A grande maioria da música existente na cultura humana tem seu imaginário melódico fundado no falar e no cantar. Assim, da mesma forma que a razão humana necessita de pausas, acentos enfatizando os pontos principais e inflexões em um discurso, para torná-lo compreensível, a frase musical precisa ser logicamente articulada. Caso contrário, corre o risco de não ser musicalmente compreendida. Quem abusa da respiração circular acaba perdendo o sentido natural do fraseado melódico, chegando, no extremo, a soar como algo mecânico e inumano.

Portanto, seja consciencioso na utilização da respiração circular: bem empregada ela irá expandir suas capacidades como instrumentista; abusando-se dela, sua execução poderá sofrer sérias perdas na expressividade artística.

A Respiração Circular e o Espírito

Finalizando, vale a pena lembrar que a respiração circular é utilizada em várias formas de terapia e como preparação à meditação. Praticada de forma relaxada e sem um instrumento, ela promove uma oxigenação elevada do cérebro e do corpo em geral, preparando-o para um estado privilegiado de consciência.

Lembra-se da alegria que você sentiu a primeira vez em que conseguiu andar de bicicleta? Todos os tombos do aprendizado foram esquecidos naquele instante. Você era, de repente, um herói para si mesmo. A respiração circular pode trazer-lhe essa alegria de volta. Boa sorte nos exercícios!


Angelino Bozzini é professor e trompista da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo

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Didjeridu

O didjeridu (ou didgeridoo) é um instrumento de sopro dos aborígenes a

ustralianos. É um aerofone, ou seja, um instrumento onde o som é provocado pela vibração do ar. O som no didjeridu é produzido pela vibração dos lábios e por outros s

ons produzidos pelo instrumentista.


O didjeridu é um instrumento muito antigo. Estudos arqueológicos baseados em pinturas rupestres sugerem que o povo aborígene da região de Kakadu já utilizava o didjeridu há cerca de 1.500 anos.

BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE.

Em 2005, um estudo no British Medical Journal (Jornal Médico Britânico) descobriu que, aprender e praticar o Didgeridoo ajudou a reduzir o ronco e apnéia do sono, assim como o tempo necessário para o descanso. Isto parece funcionar devido ao fortalecimento dos músculos da via aérea superiora, diminuindo a tendência de distúrbio durante o sono.

Outro estudo, realizado no Brasil em 2008 por uma dupla de estudantes universitários da UAM, no curso de Naturologia, promoveu a comprovação de diversos efeitos terapêuticos do Didgeridoo. O foco principal era a redução da ansiedade, mas junto a isso demonstrou-se também uma melhora na qualidade de vida, redução à vulnerabilidade ao estresse e melhora da respiração com indícios de combate ao tabagismo (indicado por fumantes que participaram do estudo).

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